20 de julho de 2010

Volunturismo: o prazer em ajudar

Trabalhar com crianças órfãs na Índia, com pessoas infectadas com HIV na Uganda, com leões na África do Sul, com golfinhos na Austrália ou animais no Peru: há muitas maneiras de viajar fazendo o bem
Para quem não faz questão dos hotéis confortáveis com serviço de quarto, o turismo voluntário, ou volunturismo, é uma ótima oportunidade de aliar estudos e cultura ao bem. Sim, é preciso arcar com os custos da viagem, dinheiro utilizado pelas ONGs para a manutenção de suas atividades. Mas, trabalhar gratuitamente pode ser uma experiência única e enriquecedora de conhecer países diferentes.

Rugidos na África do Sul
Apesar de parecerem meros gatinhos, os filhotes de leões brancos do Seaview Lion Park são selvagens. Para conhecê-los e ajudar a criá-los, deve-se partir para Port Elizabeth, na África do Sul. É lá que fica o “Born to Be Wild”, projeto responsável pela reintrodução desta espécie em três pontos do país. Atualmente o parque mantém, por meio do projeto, 25 filhotes. Para que eles cresçam saudáveis e voltem às savanas, é fundamental que sejam alimentados diversas vezes ao dia e recebam todo carinho possível. Por isso, o trabalho de nutrição, limpeza e trato dos animais é feito por pessoas que se inscrevem voluntariamente para colaborar com o programa. Enquanto treinam seu inglês e conhecem a cultura africana, os aventureiros aprendem na raça como funciona a vida selvagem, ajudando também na conservação da flora local e do próprio parque. Mesmo cumprindo 56 horas semanais de trabalho, nas folgas quinzenais ainda dá tempo para conhecer melhor Port Elizabeth.

Brincadeiras na Índia
Aqui não precisa falar hindi, nem conhecer seus costumes religiosos, basta ter pique e ser bastante carinhoso. No Rajastão, na Índia, encontra-se um dos projetos mais populares da atualidade: o trabalho voluntário com crianças órfãs e deficientes mentais. Lá, os participantes desenvolvem atividades dentro das escolas públicas, ensinando inglês e informática, além de contribuírem fazendo brincadeiras e passeios pela cidade. A região é exótica e pode ser explorada a fundo pelos participantes, pois todos permanecem em casas de família durante a estadia. O programa oferece workshops de culinária, passeios de elefantes e até um tour pela indústria cinematográfica de Bollywood. Para os mais curiosos, este trabalho é uma completa imersão na realidade contraditória da Índia, que une lindas paisagens a cenários de pobreza e desigualdade.

Combate ao vírus
Uganda, país do centro-leste africano, abriga projetos de grande relevância para o continente em duas cidades: Jinja e Campala. Estes locais recebem anualmente milhares de voluntários que estão prontos para fornecer qualquer ajuda necessária às crianças infectadas com o vírus da AIDS, incluindo programas de combate ao vírus. A tentativa é fazer com que os portadores mantenham uma rotina normal, desenvolvendo atividades culturais, esportivas e educacionais. O diferencial deste projeto é a opção de conciliar com o voluntariado cursos do idioma e cultura africana.

Ajuda em alto mar
Unir estudo com mergulho no oceano Pacífico parece ser uma idéia interessante. E se o estudo for na Austrália e o mergulho ao lado de golfinhos, melhor ainda. Esta é a intensão do “Bunbury’s Dolphin Discovery”: oferecer durante um trabalho voluntário com golfinhos, estudos de inglês em Bunbury. Durante a semana, metade do dia é dedicado às aulas e a outra metade à assistência dos mamíferos no abrigo de Koombana Bay. O cotidiano dos voluntários inclui mergulhos, desenvolvimento de relatório e alimentação dos animais. Já a programação do curso será determinada conforme o nível de inglês de cada um. Nos dias de folga é possível visitar as praias vizinhas como Margaret River e Perth, ótimas opções para os surfistas.

Zoo peruano
Localizado no distrito de Chorrillos, ao sul de Lima, o Zoológico Santa Rosa reúne cerca de 200 espécies de animais, desde macacos e alguns silvestres exóticos até as típicas lhamas e alpacas. São mais de 100 hectares de terra, isso sem contar o lago artificial que tem até uma ilha no centro. Em contraponto a essa diversidade, apenas três pessoas são responsáveis pelo local, fazendo o possível para atender às necessidades dos bichos. Obviamente, por maior que seja o esforço, o trabalho sempre fica incompleto. Então, que tal aproveitar sua vontade de conhecer o Peru, treinar a língua espanhola e ainda dar uma mãozinha para o zoo? Os voluntários têm como tarefas criar ambientes nativos para as espécies, alimentar os animais e limpar as dependências do parque.

Organização do bem
No final dos anos 1990, a Argentina teve sérios problemas econômicos. Córdoba é um destes lugares que precisa de ajuda voluntária para cuidar de suas crianças abandonadas. Focados em direitos humanos, as organizações não-governamentais têm em sua programação fóruns de debates, palestras e reuniões sobre diversos assuntos humanitários, especialmente ligados a crianças e adolescentes. Os voluntários, além de exercerem atividades usuais, como alimentação e recreação das crianças, também ajudam a desenvolver materiais de divulgação do projeto e a organizar a biblioteca. Mais do que um trabalho voluntário, este programa dá a oportunidade ao viajante de se aprofundar no assunto e ajudar as instituições a criarem projetos eficazes.

Fonte: iG Turismo